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Transformação Além da Balança: Em Busca de Emagrecimento Sustentável

  • Foto do escritor: Daniele Freitas
    Daniele Freitas
  • 26 de set. de 2024
  • 3 min de leitura



Assim como muitas mulheres, eu também já tive minhas questões com a balança ao longo da vida. Sempre lidei com sobrepeso e, na fase adulta, isso evoluiu para obesidade. Nunca fui aquela criança que adorava esportes ou brincar na rua. Pelo contrário, minha paixão era por atividades mais sedentárias, como leitura, videogames e televisão. Naquela época, o conhecimento sobre comportamento alimentar era muito limitado. Tudo isso acabou contribuindo para o aumento de peso, mesmo com acompanhamento médico e idas esporádicas à academia.


Agora, imagine uma adulta de 28 anos, com obesidade grau I, estudando psicologia e descobrindo o papel crucial das cognições e comportamentos no processo de ganho de peso e emagrecimento. Foi como se um novo mundo se abrisse diante de mim, muito além da contagem de calorias e da obsessão com a balança. Eu descobri o poder do contexto, dos pensamentos, do relaxamento e da meditação. E percebi que, no fundo, não se tratava apenas de perder peso, mas de transformar minha vida.


Decidi, então, que era hora de mudar. Mas isso não aconteceu da noite para o dia. Comecei prestando mais atenção à minha alimentação, identificando a quantidade e a qualidade do que eu consumia. Fui introduzindo alimentos mais naturais e diminuindo, gradativamente, o consumo de álcool. Primeiro reduzi os doces, depois o pão, e aumentei a ingestão de vegetais e proteínas. Isso já trouxe um impacto inicial, mas ainda precisava de mais.


Foi então que adicionei uma nova fase ao meu projeto: a atividade física. Para quem era "rainha do sofá", foi um grande desafio. Mas, como já tinha um stepper em casa de tentativas anteriores, decidi que seria com ele que começaria. Era o auge da pandemia e as academias estavam fechadas. Iniciei com pequenos desafios: 15 minutos, duas ou três vezes na semana. Aos poucos, fui incorporando elásticos e, a cada conquista, comemorava. Até que, de repente, mexer o corpo se tornou um hábito. Eu passei a perceber que meu corpo “pedia” movimento.



Cheguei, então, à fase três. Não lembro exatamente quanto tempo fiquei na fase anterior, mas a prática de exercícios já era parte da minha rotina e entendi que precisaria me desafiar ainda mais. Comecei a ver resultados, tímidos, mas animadores, e decidi aumentar a frequência das atividades e cuidar mais da alimentação. Fui estabelecendo pequenos desafios, primeiro semanais, depois quinzenais. Até que um dia percebi que a atividade física tinha se tornado uma parte de mim.


E foi aí que estacionei. Não havia mais progressos, nem retrocessos. Uma visita ao endocrinologista revelou que eu precisava ganhar massa muscular. A academia se tornou necessária. Escolhi uma próxima de casa, para minimizar os obstáculos, e me matriculei. Decidi ir pelo menos quatro vezes na semana, o que acabou se tornando uma rotina sustentável e gerou mais resultados.


Mas, além da balança e do emagrecimento, a grande verdade é que todo esse processo me transformou por completo. Minha saúde, disposição, níveis de estresse, disciplina e bem-estar foram impactados de forma muito positiva. Esse novo estilo de vida passou a fazer parte da minha identidade.


O peso foi, sim, o principal motivador para iniciar essa mudança, mas os ganhos secundários foram tão significativos que se tornaram uma nova fonte de motivação para manter uma alimentação saudável e treinar regularmente. O simples fato de me propor um projeto e conseguir realizá-lo foi extremamente satisfatório. Isso impactou a percepção de eficácia que tenho de mim mesma e trouxe frutos para outras áreas da minha vida.


E assim sigo em busca de um emagrecimento sustentável. Depois de alcançar a marca de 18 kg a menos, consegui me manter em um processo de manutenção que, embora sem grandes oscilações, exige vigilância constante e que já mostra sinais de cansaço. Afinal, a obesidade não tem cura, apenas tratamento. O corpo tende a voltar ao maior peso já registrado, e é por isso que é tão importante manter a vigilância.


Desafios sempre surgirão e colocarão à prova nossa motivação. Mas isso faz parte da experiência de viver. Todos temos nossos obstáculos. E, ao longo dessa jornada, aprendemos a nos reinventar e a nos fortalecer, um dia de cada vez.


Cada jornada de emagrecimento é única, e o caminho para a mudança começa com pequenos passos. Espero que meu relato te inspire a buscar um estilo de vida mais saudável e equilibrado, com a consciência de que o processo é contínuo e cheio de aprendizados. Não se trata apenas de perder peso, mas de ganhar qualidade de vida, autoconfiança e bem-estar. Afinal, cuidar de si mesma é um ato de amor e autoconhecimento, o que está muito além da balança.

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